quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Urgência

Falo de um país que sangra
e nunca mais direi ontem.
Recuso o pio da coruja
e a todo o avanço de uma voz inútil
oporei a dureza dos ouvidos.

Às plantas
pedirei que floresçam mais depressa.
E aos campos desolados
que se rasguem em trigo e o trigo em pão,
porque é urgente.

É urgente um país onde ser homem
corresponda a estar atento.

("Lucro Lírico", 1973)

3 Comments:

Blogger mariagomes said...

belíssimo e urgente...

um abraço maria

9:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

belo poema .
urgentíssimo!


solidária com ele.


abraço,

maria azenha

12:57 da manhã  
Blogger hfm said...

Gostei muito em especial do final. Um abraço

9:26 da manhã  

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