sexta-feira, agosto 04, 2006

Lentamente






Acrílico sobre tela
(pormenor)
Torquato da Luz, 2002

Não nos pertence a noite nem o dia
nem a luz revelando o desalinho
em que ficou a nossa cama.
Tão-pouco nos pertence a maresia
que em nossos corpos como um vinho
lentamente se derrama.

Não nos pertence a clara madrugada
nem o pálido azul do fim de tarde.
Apenas nos pertence
esta dor que pensámos adiada
mas por dentro nos arde
e lentamente nos vence.

(2006)

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Apenas nos pertence
esse poema
que se derrama
na alma
de quem calma
e absolutamente
se ama.

10:16 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Esplêndido, Sofia. Um beijo.

9:32 da manhã  
Blogger Unknown said...

Deixei aqui um comentário que não encontro, onde falava do ritmo lento e quente do teu poema, com um certo sabor a uma amargura doce de algo que se perdeu no tempo.

3:23 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Toy:
O Blogger é assim...
Obrigado pelas tuas palavras e o abraço de sempre.

5:55 da tarde  

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