terça-feira, abril 27, 2010

Armação de Pêra

Armação de Pêra

Tirem-me tudo: os dedos, os anéis,
a reserva de sonho e de quimera,
mas não sejam cruéis,
não me tirem Armação de Pêra.

Não me tirem o resto da infância
que sei ter deixado aqui
nem esta luz que à distância
me segue desde que parti.

Não me tirem o verde-azul do mar
nem os barquinhos balançando à espera
dos turistas que hão-de ir visitar
as furnas de Armação de Pêra.

Mas sobretudo não me tirem este sol
e a caldeirada do Serol.

6 Comments:

Blogger Obtuso said...

eles não se importam
são capazes de levar tudo
até os sonhos e o mar...
que deixem ao menos os poetas
para cantar...

2:48 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Sempre inspirado, caro Tibério... Gostei muito.
Aquele abraço!

3:17 da tarde  
Blogger jrd said...

Que bom proveito te façam sempre, o sol e a caldeirada.
Abraço

6:33 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Obrigado, amigo JRD.
Outro abraço.

7:09 da tarde  
Blogger addiragram said...

Uma grande ternura. Bonito.
Um beijo.

11:21 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Um beijo também, cara Margarida.

8:54 da manhã  

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