terça-feira, agosto 14, 2012

Deixa-me adormecer


Alcantarilha

Deixa-me adormecer à sombra da lembrança
de quando era criança
e o mundo não ia além da nossa aldeia.
Não sabíamos nada e sabíamos tudo
porque de tudo tínhamos a ideia
de ser tão perto como o mar que se ouvia
feito um leão cansado que rugia.

Deixa-me adormecer no ombro da distância
e voltar breve à infância
ao tempo em que fomos donos do mundo
porque nas aparentes mãos vazias
guardávamos intacto o segredo profundo
o mistério insondável e sem fundo
de beijarmos as noites e os dias.

Deixa-me adormecer e não cuidar
de saber se hei-de vir a acordar.  

6 Comments:

Blogger jrd said...

Adormecer tranquilo e abraçado à poesia e esperar confiante porque amanhã é outro dia.

Forte abraço

12:45 da manhã  
Blogger Torquato da Luz said...

É isso mesmo, amigo João!

Forte abraço também

9:42 da manhã  
Blogger Mar Arável said...


Adormecer

acordado

Abraço

5:17 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Eis o segredo, amigo Filipe!

Outro

9:43 da manhã  
Blogger Olinda Melo said...


O barulho do mar...lembro-me muito bem e o som chega-me aqui envolto nas palavras do seu poema e é fantástico como tudo se encaixa...Donos de tudo, donos do mundo nas nossas 'aparentes mãos vazias'.

Obrigada, amigo Torquato.

:)

Abraço

Olinda

12:45 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Abraço retribuído, amiga Olinda!

3:45 da tarde  

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