quinta-feira, setembro 27, 2012

O espelho

Jardim 9 de Abril (Janelas Verdes)
O meu lugar é onde estou
porque eu não sou
de lugar nenhum.
Olho-me ao espelho e não me reconheço:
sou apenas mais um
foragido do que estremeço.

Houve tempo em que eu era
do lugar donde viera
e o espelho dava-me um rosto
despido de ironia e de desgosto.

Depois tudo mudou
ou de repente ficou velho
e o meu lugar passou a ser
onde estou
com o rosto que o espelho
insiste em me devolver.

4 Comments:

Blogger jrd said...

Devolve(-te) ao espelho com um sorriso.

Abraço

4:45 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

É o que tento fazer...

Abraço também.

5:10 da tarde  
Blogger Olinda Melo said...


'...um foragido
do que estremeço'

Quedo-me nestes dois versos, retirados deste poema que nos leva à reflexão.
E assim ficamos perplexos entre o que vemos e o que, verdadeiramente, reconhecemos.

Abraço.

Olinda

10:09 da manhã  
Blogger Torquato da Luz said...

Abraço também, cara Olinda!

7:31 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home